CIA- Comunicação Interatrial

O que é CIA? A CIA, ou Comunicação Interatrial ocorre quando existe um orifício ou “buraquinho” entre as duas câmeras do coração chamadas de átrios (esquerdo e direito).

Qual a importância da CIA? Nesta ocasião o sangue oxigenado que está no átrio esquerdo passa para o átrio direito misturando-se sangue rico em oxigênio com o sangue pobre em oxigênio que irá para os pulmões. Com isto existe um aumento na quantidade de sangue (hiperfluxo) para os pulmões. É como se encharcássemos uma esponja (os pulmões) com mais sangue que o habitual.

Como posso descobrir uma CIA? Por ocasião de uma avaliação o médico pode suspeitar, sendo confirmado por Ecocardiograma ou Cateterismo cardíaco em casos excepcionais.

Quais os tipos de CIA? Existem várias localizações que uma CIA pode estabelecer-se em relação aos átrios (ostium secundum, seio venoso, etc). Estas são características de localização de não de gravidade.

Quando indicar Cirurgia para fechar uma CIA? As CIAs têm indicação de correção com fechamento conforme avaliação médica caso a caso. Trata-se de uma doença do coração que pode vir associada a outras mal-formações. Quando a CIA é a única doença, deve-se considerar tamanho, localização e repercussão hemodinâmica pulmonar para indicar cirurgia. A repercussão hemodinâmica pulmonar deve-se àquilo que comparamos os pulmões encharcados com uma esponja, e com o passar do tempo vai ficando, digamos, uma esponja áspera e não mais absorvível. Isto não é um bom sinal, porque os pulmões sofridos posteriormente aumentam a pressão na artéria pulmonar. Antes que cheguemos neste estágio é proposta uma solução.

A cirurgia de fechamento de CIA. Para realizarmos este tipo de cirurgia é necessário o auxílio da máquina coração-pulmão ou CEC (vide Informações ao Paciente & Família – O que é Circulação Extra-Corpórea). A comunicação pode ser fechada ou “tampada” com pericárdio do próprio paciente (pericárdio é a camada que envolve o coração) não há nenhuma repercussão em tirá-lo) ou pericárdio bovino tratado (derivado de boi, passa por um processo químico que o torna inerte ao corpo humano, é um dos materiais mais utilizados em cirurgia cardiovascular há mais de 30 anos) fazemos um chamado remendo, manchão ou “patch”, que tampa a CIA através de sutura (costura) feita pelo Cirurgião Cardiovascular. A incisão ou corte de pele deverá ser discutida com o seu médico para explicação quanto a localização e extensão.

Risco cirúrgico: o risco é considerado baixo e deve ser reavaliado com o seu médico conforme avaliação individual de cada paciente. (vide Informações ao Paciente & Família – Fatores de risco cardiovascular e complicações possíveis)

Complicações relacionadas (risco-baixo): sangramento, infecção de ferida operatória, bloqueio cardíaco, arritmias cardíacas, alterações em sistema nervoso central, alteração renal, hipertensão pulmonar, recidiva, etc.

Contra-indicação: em caso de outra doença ou má-formação incompatível com a vida, ou alterações no organismo que impeçam a realização de qualquer ato cirúrgico, ao exemplo de alteração de coagulação importante (incapacidade do indivíduo de formar coágulos). Assim como, hipertensão pulmonar grave e não responsiva (Síndrome de Eisenmenger).

Cuidados de pós-operatório: depende da idade do paciente. Em geral os pacientes que vem de casa, operam e no pós-operatório imediato vão para a unidade de recuperação cirúrgica ou UTI (conforme o hospital), por 1 a 2 dias. A seguir, serão acompanhados no quarto ou enfermaria, aguardando condições adequadas para a alta hospitalar, que em nosso contexto fica a critério da equipe clínica.(vide Informações ao Paciente & Família).