PCA – Persistência de Canal Arterial

O que é o PCA? O Canal Arterial Patente ou Persistente (Ductus Arteriosus ou PDA), é uma comunicação entre a aorta e a artéria pulmonar e usualmente encontra-se à esquerda e é único.

É importante salientarmos que no coração fetal o Canal Arterial é responsável por levar sangue rico em oxigênio da artéria pulmonar para a aorta. Após nascimento da criança, de algumas horas a dias ocorrerá o fechamento espontâneo do mesmo.
Sendo o PCA necessário ao período fetal, após o termo sua persistência não será mais necessária quando o coração da criança for normal.

Como de descobre o PCA? Através de avaliação clínica, é confirmado com Ecocardiograma, e em casos excepcionais por Angio-Tomografia ou Angio-Ressonância Nuclear Magnética.

Principalmente em recém-nascidos prematuros a presença de um Canal Arterial persistente pode ser danosa devido ao excessivo fluxo de sangue para os pulmões e conseqüentemente leva a sobrecarga de sangue ao coração.

O tratamento em recém-nascidos tem indicação quando existe o PCA e excessivo fluxo de sangue ao coração/pulmões. A princípio, pode-se induzir o fechamento com medicação, por exemplo, com ibuprofeno, caso não haja contra-indicação a esta medicação (insuficiência renal e outras) ou por cateterismo cardíaco (conforme disponibilidade e anatomia). Conforme a indicação dos Médicos Neonatologistas, Pediatras ou Cardiopediatras pode-se discutir com a família a indicação de fechamento por cirurgia.

A cirurgia de fechamento de PCA pode ser realizada em qualquer faixa etária, mas indica-se preferencialmente na infância antes do período escolar. Em casos no qual a criança não consegue manter-se com desenvolvimento adequado ou com insuficiência cardíaca congestiva pode-se indicar cirurgia em qualquer idade. Conforme a localização do PCA e se há outra má-formação associada que o Cirurgião Cardiovascular poderá planejar a cirurgia.

A incisão ou corte deverá ser discutida com o médico para explicação quanto à localização e extensão. A cirurgia baseia-se em ligar o PCA com clips metálicos (feitos de titânio e são inertes e não tóxicos ao corpo humano). Este material é amplamente utilizado em medicina.

Risco cirúrgico: o risco é considerado baixo e deve ser reavaliado com o seu médico conforme avaliação individual de cada paciente.

Complicações relacionadas (risco-baixo): sangramento, infecção de ferida operatória, lesão de nervo laríngeo-recorrente ou frênico, hipertensão arterial sistêmica, hipertensão pulmonar, etc (vide Informações ao Paciente & Família – Fatores de risco cardiovascular e complicações possíveis).

Contra-indicação: em caso de outra doença ou má-formação incompatível com a vida, ou alterações no organismo que impeçam a realização de qualquer ato cirúrgico, ao exemplo de alteração de coagulação importante (incapacidade do indivíduo de formar coágulos).

Cuidados de pós-operatório: depende da idade do paciente. Em geral os pacientes que vem de casa, operam e no pós-operatório imediato vão para a unidade de recuperação cirúrgica ou UTI (conforme o hospital), por 1 a 2 dias. A seguir, serão acompanhados no quarto ou enfermaria, aguardando condições adequadas para a alta hospitalar, que em nosso contexto fica a critério da equipe clínica.(vide Informações ao Paciente & Família-Recuperação e restabelecimento as atividades).

Qualquer dúvida e ou explicação deverá ser feita pessoalmente com seu médico, seja Clínico ou Cirurgião Cardiovascular.

Como seres humanos somos únicos, apostos de medos e aflições. Na medicina como na vida não existem respostas prontas para resolvê-los. Como médico lido cotidianamente com seres humanos precisando de ajuda, e não com doenças que desafiam. Peço humildemente a Deus que me abençoe neste caminho.